Venerável Madre Teresa de Jesus Eucarístico: Nos tempos de Dulce

 Os santos não nascem santos, se fazem no caminho. Quando vemos uma imagem de algum santo, por exemplo: São Francisco de Assis, Santa Clara, São João da Cruz; vemos que todas as suas imagens são de sua fase adulta. Não paramos para pensar que, aqueles santos angélicos e virtuosos, nasceram homens como nós. Ao vermos o brilho da Glória de Deus em cada um deles, parece mesmo que nasceram já santos; mas, todos os santos são homens comuns; e aqui entra o início da vida da Venerável Madre Maria Teresa de Jesus Eucarístico.
 Assim escreve a saudosa Ir. Domitilla (que conviveu muitos anos com a Madre): " Como todas as histórias, ela começa... a 20 de Janeiro de 1901, às 18 horas, nasceu no Município de São Paulo, à rua Tamandaré, 124, bairro da Liberdade, uma criança do sexo feminino. Nome dos pais: Brasílio Rodrigues dos Santos e Helena Herold dos Santos. Recebeu o nome de Dulce" ¹.
 Dulce, como era seu nome de Batismo, nasceu em uma família bem estruturada, com uma boa vida financeira- pois seu pai era um advogado de sucesso -, e o mais importante, uma boa educação cristã. A prova disso é o relato pessoal da 'Tia Gabriela' (como as irmãs do instituto chamam a irmã mais velha da Madre): "Ângelus... seis horas da tarde ! ... Domingo ... Um dia inesquecível, pela estranheza dos fatos, pela beleza da paisagem da tarde serena, impregnada de perfumes de flores campestres, com um céu que varia de rosa ao azul ... Cansados da interminável caminhada ao longo da calçada da casa da rua Tamandaré, n° 142, meus irmãozinhos e eu ouvimos a voz alegre de papai, que nos convidava a entrar para conhecer a irmãzinha que ganháramos !" ².
 Dulce era a sétima filha do casal, se contarmos uma filha que com 25 dias falecera.
 Seu pai, Brasílio, era um bom advogado e também seguia a careira política: "Republicano convicto, dedicou-se de corpo e alma a essa causa" ³. No livro feito pela Ir. Domitilla, ela diz que Brasílio foi um dos políticos mais ilustres do século XX.
 Este bravo homem, no dia 20 de Janeiro de 1901, se desmanchou em admiração ao contemplar a pequena Dulce. Porém, dez dias depois, um aneurisma na aorta o levou a morte. Uma particularidade da vida dos santos é o sofrimento. A pequena Dulce - que depois se tornaria Madre Teresa -, desde a mais tenra idade, teve que conviver com a perda do pai e, consequentemente, com a ausência da mãe, que se lançara ao trabalho para sustentar a família.
 A história dessa nossa Teresa (Dulce) tem muito a ver com outra Teresa, que aliás, será a baluarte da sua futura Congregação: Santa Teresinha do Menino Jesus e da Sagrada Face. Teresa de Liseux também perdeu um dos seus pais, mas no seu caso foi a mãe, restando apenas o pai, São Luís Martin, para educar e sustentar as filhas. No caso da nossa Teresa, restou-lhe apenas a mãe que, mesmo trabalhando muito, não descuidava da sua educação, era colo seguro onde Dulce encontra socorro e carinho; e se caso sua mãe lhe faltava, Gabriela sua irmã, era por assim dizer, uma segunda mãe (muito parecido com Celina, irmã de Santa Teresinha).
 Foi Batizada no ano seguinte, dia 29 de Junho de 1902, na Igreja de Santa Cecília em São Paulo, sendo batizada pelo Rvmo. Cônego Duarte Leopoldo e Silva, mais tarde Arcebispo de São Paulo, que também lhe administrará o Sacramento da Crisma.
 Assim, a pequena Dulce crescia como todas as outras crianças, e como diz a Ir. Domitilla: "Quem saberia sequer da sua existência a não ser um coração de mãe e o pequeno grupo dos irmãos que a cercava de ternura? Quem?
 Mistério insondável que envolve cada ser, o olhar pleno de amor e de infinita misericórdia do Senhor pousava sobre ela, olhar de Pai, de Pai amoroso que se debruça sobre a fragilidade de seus filhos e abraça com ternura aqueles que escolheu ... ' Esta é minha filha muito amada, na qual coloquei minha complacência' " 4.
 No próximo artigo já começarei a tratar sobre sua juventude e seu primeiro encontro com Jesus Eucarístico, o amor de sua vida.

 Venerável Maria Teresa de Jesus Eucarístico, rogai por nós ! 


Lucas Eduardo
Comunidade Geração de Maria


Referências:

¹: Ir. Domitilla, Do tempo à eternidade, pág 9 
²: Ir. Domitilla, Do tempo à eternidade, pág 11
³: Ir. Domitilla, Do tempo à eternidade, pág 10
4: Ir. Domitilla, Do tempo à eternidade, pág 16
 

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