Santa Missa: celebrar com o coração !
Ontem, enquanto assistia um vídeo do canal do Bernardo Kuster sobre a sacralidade da liturgia, me veio ao coração uma pergunta que já não me fazia a muito tempo (e talvez eu nunca a tenha me feito): "como estou celebrando a Santa Missa? Será que estou dando a ela a devida importância que ela deve ter na minha vida?"
Nesse vídeo, o prof° Bernardo fazia uma crítica às celebrações má feitas, desleixadas ou, infelizmente, até mesmo sacrílegas que em muitas partes do Brasil acontecem; e ao mesmo tempo que fazia suas críticas, falava sobre o que é a Missa e o que ela é em nossa vida eclesial. A Missa é aquilo que nos identifica como Católicos, e, quanto mais deturbarmos a liturgia da Missa, mais vamos nos desviando da identidade da Igreja enquanto tal.
Enquanto falava do valor da Missa, o vídeo cortava as falas do professor para mostrar ali as celebrações feitas pelo Papa Bento XVI, São João Paulo II, do Papa Francisco e de São Pio de Pietrelcina; e foi justamente aqui que me fiz a pergunta que citei acima.
Está certo que eu nunca fui desleixado quanto a celebração litúrgica; sempre fui respeitoso dentro do templo, evito conversas durante as celebrações, acompanho como manda o Missal as orações da assembléia, mantenho-me atento as leituras, homilias e sentido de cada oração, etc... Mas, será que faço isso por pura ritualista ou os faço de coração?
No Evangelho de hoje, os fariseus ficaram perturbados ao verem os apóstolos de Cristo comendo sem lavarem as mãos e Jesus lhes ensina uma lição que, para aqueles homem "ritualísticos", era um verdadeiro escândalo: "o que torna o homem impuro não é aquilo que está de fora e entra por dentro, mas aquilo que sai de seu interior" (Mc 7,15).
Não que as tradições que os fariseus seguissem fossem ruins, mas o ruim era que ele faziam boas ações por fora que não saiam de dentro, pois o seu interior não era convertido.
A liturgia deve sim ser cheia de reverências, gestos e símbolos, mas a finalidade desses gestos não deve ter o seu fim em si mesmo; mas sim devem ser para nós um sinal da beleza daquilo que acontece na Santa Celebração da Missa e nós não vemos. Ao longo da história da Salvação, Nosso Senhor foi se revelando por meio de sinais.
A Moisés, Deus se revelou com uma "sarça ardente" (Ex 3,1-4); a Elias, como uma brisa suave (1Rs 19,12-13), e mesmo Jesus, sendo a própria Imagem visível do Pai, falou ao povo do Reino do céus por símbolos e parábolas (Mt 13,34-35). Mas porque Deus não se revelou como realmente é? Porque nós não somos capazes de compreender a Deus por completo; e por isso chamamos, até aquilo que lemos sobre a vida de Cristo, de mistérios (pois nunca o entendemos em sua plenitude espiritual). Por isso a Igreja, esposa de Nosso Senhor e atenta a sua pedagogia, nos deu a liturgia cheia de detalhes e rituais maravilhosos; para que eu e você pudêssemos ver aquilo que nossos olhos, por si só, não conseguem enxergar.
O fruto da Santa Missa não está no fato de bater palmas ou não, de fazer reverencias ou não; mas está na renovação do sacrifício Pascal de Nosso Senhor Jesus Cristo, o único Redentor do gênero humano.
Muitas vezes (pelo menos isso aconteceu e acontece comigo), nós que não batemos palmas na Missa, ou que conhecemos melhor de liturgia; em nosso coração, julgamos aqueles que celebram ou rezam diferente de nós. Condenamos as pessoas que batem palmas, balançam as mãos no Hosana e no Glória e tantas outras coisas; mas talvez Deus possa ouvi-las muito mais do que eu e você, que nos achamos os "liturgistas do Vaticano". Talvez fazemos tudo certo mas pelo motivo errado; celebramos exteriormente de forma perfeita, mas para sermos vistos e aplaudidos. Não que tenhamos que fazer errado como todos fazem; mas temos que colocar o nosso coração em todos os nossos atos de culto exterior a Deus.
Se assim fizermos, com certeza, a cada Santa Missa seremos salvos de novo, graças ao sacrifício incruento da Santíssima Eucaristia.
Lucas Eduardo
Co-fundador
Comunidade Geração de Maria
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