A seriedade dessa vida

 Assistindo a mais recente aula ao vivo do Padre Paulo Ricardo, me deparei com o olhar desse sacerdote e com uma frase que a muito eu não refletia: " ... depois da morte já não há decisões para se tomar. As decisões são tomadas NESSA VIDA , depois dela não mais mais o que se decidir, só há as consequências das nossas decisões em vida".
 O homem moderno, cercado que esta de confortos, já não pensa naquele Conforto (maiúsculo) daquela morada que Nosso Senhor foi preparar para nós no seu Reino (Jo 14,2). Corremos atrás sempre de melhorias para nossa vida: estudamos dia e noite para passarmos em uma universidade, e quando passamos, estudamos mais ainda por 4 ou 5 anos para nos formarmos e conseguirmos um trabalho melhor; e nele nos desagastamos a vida inteira até que nos aposentamos. Já aposentados, muitas vezes já não temos muitas forças para gozar daquilo que a vida inteira buscamos, e morremos assim, buscando uma miragem, uma pseudo-felicidade que nunca nos preenche verdadeiramente.
 Que triste é a vida da pessoa que não pensa na eternidade ! Não que estudar, trabalhar e querer um conforto a mais para nós e a nossa família seja errado ou seja pecado, mas o pecado está em não ter uma virtude da qual poucos hoje a conhecem: a virtude da Reta intenção.
 A reta intenção é a virtude que ordena a nossa vida, é a virtude propriamente dita, e sem ela, não há virtude que exista. Ela nos ajuda a buscar o que é certo pelo motivo certo, e esse é o significado da palavra virtude.
 O pensamento da eternidade (morte, julgamento, céu, inferno e purgatório) nos ajuda a entender muitas coisas da nossa vida, e não só isso, nos ajuda a aceitarmos alguns acontecimentos dolorosos que, muitas vezes, pensando somente no "paraíso desse mundo", não conseguimos entender. Muitos santos diziam que, o pensamento na morte, nos ajuda a vermos melhor nossos pecados, vícios e a termos mais arrependimento (mesmo que não seja a contrição perfeita). É bastante conhecia a história da conversão de São Francisco de Borja.
 Francisco de Borja era um servidor da Rainha, e não só servidor mas também seu intimo amigo; tinha uma admiração enorme pela Rainha, tanto pela sua vida moral quanto pela sua beleza. Um dia estava ele a viajar e recebeu a notícia da morte da sua amada Rainha. Voltou as pressas da sua viagem para ver o corpo de sua majestade, mas só conseguiu chegar quase na hora do enterro.
 Chegou então junto ao caixão e se assustou com aquilo que viu: sua bela Rainha estava deformada, comia pelos vermes e mau cheirosa. Diante daquele cena, ele viu a brevidade dessa vida, que de nada vale a beleza, a riqueza e luxo; tudo passa ou com a morte ou com a velhice.
 Pense agora por um momento na sua morte. Como você imagina o leito de sua morte? Qual será o resultado do seu julgamento eterno? Sua consciência o deixa tranquilo diante da morte, ou o inquieta por algum erro, vício , mentira, dívida, magoa, remorso, pecado?
 Não devemos nos assustar com o pensamento da morte, mas, com auxílio da graça de Deus, que possamos de hoje em diante a vê-la com nossa irmã.


São Francisco de Borja, rogai por nós !


Lucas Eduardo
Co-fundador
Comunidade Católica Geração de Maria

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