Leigos, lâmpadas em cima do candeeiro
Nestes tempos, como os novos movimentos que o Espírito Santo tem suscitado na Igreja, vemos um maior engajamento dos leigos na Igreja; e a prova disso é a declaração do ano nacional do Laicato. Quantos trabalhos formidáveis de novas comunidades, grupos de oração, pastorais, movimentos e associações não vemos em nosso tempo; mas, uma coisa que refletia comigo mesmo ontem é a seguinte: "se trabalhamos tanto, porque os nossos bairros, ruas, nossa casa, continua a mesma coisa"? E para minha tristeza pessoal (pois o primeiro a escutar sou eu mesmo) constatei que, muitas vezes, nos fechamos do mundo para termos uma "pose" de santidade.
É como vermos nos nossos jovens esse problema. Eu mesmo fui muitos anos assim.
Quando iniciei minha caminhada com Jesus, a 4 anos atrás (sou umas criancinha ainda), eu entrei "de cabeça" na Igreja. Ia em tudo quanto era grupo, vigílias, retiros e outros eventos. Vivia nos Sacrários e estava sempre a rezar. Hoje vejo que foi um tempo necessário do qual não me arrependo, pois, se estou perseverante em amar Nosso Senhor hoje, é porque lá atras, Ele foi me dando provas do seu amor. Mas, se tivesse a maturidade de olhar o mundo como tenho hoje, mudaria algumas coisas.
Vejo que poderia ter feito mais por Deus e pelo mundo, poderia ter "usado" melhor o Espírito Santo que habitava (e habita) em mim, poderia ter sido mais útil ao meu próximo, feito mais bem as pessoas. E, se sou leigo e não faço nada pela sociedade, pela minha rua, pelo meu bairro, pelo meu trabalho, escola, ou até mesmo pela minha casa, não estou vivendo bem minha vocação.
Não estou dizendo que rezar não seja importante, pois afinal, sem a oração, não podemos fazer um ato de bondade se quer; mas é necessário que nós leigos sejamos formados para instaurar na sociedade o reinado do Coração de Jesus.
Ouvi de um conhecido meu ontem um caso que lhe aconteceu. Ele trabalhava com o publico em um lugar, mas saiu recentemente desse trabalho, fazendo amigos por lá. Ontem, ele andava pela rua indo para casa de um amigo, e nessa rua havia algumas pessoas conversando em frente a uma casa. Como estava a rezar o terço, ele passou e não reparou quem era. Logo em seguida, ele escuta chamar:
- Ei, mocinho ?!
Virando-se para ver quem era, viu que era uma de suas antigas cliente no dito trabalho, que ele ao atende-la conversava e brincava com sua filhinha, que devia ter uns 5 ou 4 anos. Reconhecendo o dito rapaz, a filhinha daquela que o chamava, veio correndo e lhe deu um abraço. Ele partilhava que foi o momento mais alegre do seu dia. Ele não falou de Deus, ele não passou reto evitando o pecado (pois ele me contou depois que a dita mulher estava vestida indecorosamente), mas, com toda bondade, deu atenção ao chamado e conversou com ela.
As melhores experiências missionárias, e as ações missionárias mais frutuosas, se dão no dia-a-dia, convivendo com aqueles que não experimentaram o amor do Coração de Jesus. Nosso Senhor nos alertava desse mal de se esconder a graça que temos, vivendo uma vida egoísta: "Ninguém acende uma lâmpada e a cobre com um vaso ou a põe debaixo da cama; mas põe sobre um candeeiro (castiçal), para iluminar os que entram " (Lc 8,16).
Deus, no nosso Batismo, acendeu em nós uma luz que tem nome e sobrenome; o Espírito Santo. Este Espírito, que é Deus com o Pai e o Filho, quer iluminar o mundo acerca do pecado para que o evitem, e acerca da graça e do amor de Deus, para que o busquem e vivam felizes. Mas, por amor a nós, para que nos sintamos uteis, Ele quis precisar de nós como lâmpadas. Ele nos acendeu. Acendeu em nós os seus dons, seus carismas, seus frutos; acendeu em nós a vida sobrenatural que nos faz capazes de amar e perdoar.
Mas, felizmente ou infelizmente, Deus nos fez livre e podemos ou esconder essa luz, ou mostra-la para que o mundo conheça a Deus, "o que vimos e ouvimos, vos testemunhamos" (1Jo 1, 3a). Podemos nos esconder debaixo da cama, com medo de sermos "contaminados pelo pecado alheio", ou podemos agir profundamente no meio da sociedade, "vacinando" o mundo contra o pecado com o Espírito Santo que levamos em nós através da nossa vida de Oração e dos Sacramentos da Igreja.
Vejo dois exemplo que quero propor para vocês, jovens que leem esse artigo: Beato Pier Giorgio Frassati e a Beata Chiara Luce Badano, ambos italianos.
Pier Giorgio nasceu no ano de 1901 em Turim, cidade de São João Bosco. Fazia parte de um movimento chamado Ação Católica, que teve também um outro Beato Leigo, Beato Alberto Mavelli. Nos tempos vagos, entre o trabalho profissional e o apostolado, Pier gostava muito de fazer alpinismo. Os esportes o atraia muito, era muito atletico e isso gerava nas pessoas que o acompanhavam em suas aventuras nas montanhas, a conversão. Como um rapaz tão santo é capaz de viver uma vida tão simples?
Nosso outro exemplo, Chiara Luce, nasceu em 1971 (bem próximo de nós se comparada a outros santos) na cidade de Sassello. Era uma jovem que participava do movimento dos Focolares, que tem por fundadora uma outra Beata leiga, Beata Chiara Lubich.
Ela era uma jovem como todas as outras. Gostava de cinema, de natação e saia bastante com seus amigos. Era vivaz, alegre e nunca deixava transparecer as tristezas; sempre se via em seus labios o sorriso, fruto da sua amizade com Deus. Logo cedo teve um tumor no ombro chamado osteossarcoma, que a levaria a fica imóvel numa cama. Um de seus amigos disse na investigação de sua vida para a beatificação: "No início, tínhamos a impressão de ir ao encontro dela para sustenta-la,mas logo percebíamos que entrando no seu quarto sentíamo-nos protegidos na aventura maravilhosa do amor de Deus. E não é que Chiara nos dissesse frases extraordinárias, ou escrevesse páginas e páginas de diário. Ela simplesmente amava"¹.
Então, com aproximadamente 19 anos, Chiara volta ao Pai no dia 7 de Outubro de 1990.
Viram meus irmãos, isso é a santidade que eu e você precisamos viver, uma santidade que não causa ao mundo, medo de nós. Um cristianismo que não espante as pessoas, mas que as aproximem de nós, para que, se aproximando de nós, se aproximem daquele que servimos e amamos, Jesus Cristo Nosso Senhor.
Que Nossa Senhora, a Apóstola das coisas comuns, nos ajude nesse caminho bonito da simplicidade da vida.
Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo !
Lucas Eduardo
Comunidade Geração de Maria
¹: Artigo - Bem-Aventurada Chiara Luce Badano, Movimento Focolares, http://www.focolare.org/pt/news/2012/10/29/beata-chiara-luce-badano/
É como vermos nos nossos jovens esse problema. Eu mesmo fui muitos anos assim.
Quando iniciei minha caminhada com Jesus, a 4 anos atrás (sou umas criancinha ainda), eu entrei "de cabeça" na Igreja. Ia em tudo quanto era grupo, vigílias, retiros e outros eventos. Vivia nos Sacrários e estava sempre a rezar. Hoje vejo que foi um tempo necessário do qual não me arrependo, pois, se estou perseverante em amar Nosso Senhor hoje, é porque lá atras, Ele foi me dando provas do seu amor. Mas, se tivesse a maturidade de olhar o mundo como tenho hoje, mudaria algumas coisas.
Vejo que poderia ter feito mais por Deus e pelo mundo, poderia ter "usado" melhor o Espírito Santo que habitava (e habita) em mim, poderia ter sido mais útil ao meu próximo, feito mais bem as pessoas. E, se sou leigo e não faço nada pela sociedade, pela minha rua, pelo meu bairro, pelo meu trabalho, escola, ou até mesmo pela minha casa, não estou vivendo bem minha vocação.
Não estou dizendo que rezar não seja importante, pois afinal, sem a oração, não podemos fazer um ato de bondade se quer; mas é necessário que nós leigos sejamos formados para instaurar na sociedade o reinado do Coração de Jesus.
Ouvi de um conhecido meu ontem um caso que lhe aconteceu. Ele trabalhava com o publico em um lugar, mas saiu recentemente desse trabalho, fazendo amigos por lá. Ontem, ele andava pela rua indo para casa de um amigo, e nessa rua havia algumas pessoas conversando em frente a uma casa. Como estava a rezar o terço, ele passou e não reparou quem era. Logo em seguida, ele escuta chamar:
- Ei, mocinho ?!
Virando-se para ver quem era, viu que era uma de suas antigas cliente no dito trabalho, que ele ao atende-la conversava e brincava com sua filhinha, que devia ter uns 5 ou 4 anos. Reconhecendo o dito rapaz, a filhinha daquela que o chamava, veio correndo e lhe deu um abraço. Ele partilhava que foi o momento mais alegre do seu dia. Ele não falou de Deus, ele não passou reto evitando o pecado (pois ele me contou depois que a dita mulher estava vestida indecorosamente), mas, com toda bondade, deu atenção ao chamado e conversou com ela.
As melhores experiências missionárias, e as ações missionárias mais frutuosas, se dão no dia-a-dia, convivendo com aqueles que não experimentaram o amor do Coração de Jesus. Nosso Senhor nos alertava desse mal de se esconder a graça que temos, vivendo uma vida egoísta: "Ninguém acende uma lâmpada e a cobre com um vaso ou a põe debaixo da cama; mas põe sobre um candeeiro (castiçal), para iluminar os que entram " (Lc 8,16).
Deus, no nosso Batismo, acendeu em nós uma luz que tem nome e sobrenome; o Espírito Santo. Este Espírito, que é Deus com o Pai e o Filho, quer iluminar o mundo acerca do pecado para que o evitem, e acerca da graça e do amor de Deus, para que o busquem e vivam felizes. Mas, por amor a nós, para que nos sintamos uteis, Ele quis precisar de nós como lâmpadas. Ele nos acendeu. Acendeu em nós os seus dons, seus carismas, seus frutos; acendeu em nós a vida sobrenatural que nos faz capazes de amar e perdoar.
Mas, felizmente ou infelizmente, Deus nos fez livre e podemos ou esconder essa luz, ou mostra-la para que o mundo conheça a Deus, "o que vimos e ouvimos, vos testemunhamos" (1Jo 1, 3a). Podemos nos esconder debaixo da cama, com medo de sermos "contaminados pelo pecado alheio", ou podemos agir profundamente no meio da sociedade, "vacinando" o mundo contra o pecado com o Espírito Santo que levamos em nós através da nossa vida de Oração e dos Sacramentos da Igreja.
Vejo dois exemplo que quero propor para vocês, jovens que leem esse artigo: Beato Pier Giorgio Frassati e a Beata Chiara Luce Badano, ambos italianos.
Pier Giorgio nasceu no ano de 1901 em Turim, cidade de São João Bosco. Fazia parte de um movimento chamado Ação Católica, que teve também um outro Beato Leigo, Beato Alberto Mavelli. Nos tempos vagos, entre o trabalho profissional e o apostolado, Pier gostava muito de fazer alpinismo. Os esportes o atraia muito, era muito atletico e isso gerava nas pessoas que o acompanhavam em suas aventuras nas montanhas, a conversão. Como um rapaz tão santo é capaz de viver uma vida tão simples?
Nosso outro exemplo, Chiara Luce, nasceu em 1971 (bem próximo de nós se comparada a outros santos) na cidade de Sassello. Era uma jovem que participava do movimento dos Focolares, que tem por fundadora uma outra Beata leiga, Beata Chiara Lubich.
Ela era uma jovem como todas as outras. Gostava de cinema, de natação e saia bastante com seus amigos. Era vivaz, alegre e nunca deixava transparecer as tristezas; sempre se via em seus labios o sorriso, fruto da sua amizade com Deus. Logo cedo teve um tumor no ombro chamado osteossarcoma, que a levaria a fica imóvel numa cama. Um de seus amigos disse na investigação de sua vida para a beatificação: "No início, tínhamos a impressão de ir ao encontro dela para sustenta-la,mas logo percebíamos que entrando no seu quarto sentíamo-nos protegidos na aventura maravilhosa do amor de Deus. E não é que Chiara nos dissesse frases extraordinárias, ou escrevesse páginas e páginas de diário. Ela simplesmente amava"¹.
Então, com aproximadamente 19 anos, Chiara volta ao Pai no dia 7 de Outubro de 1990.
Viram meus irmãos, isso é a santidade que eu e você precisamos viver, uma santidade que não causa ao mundo, medo de nós. Um cristianismo que não espante as pessoas, mas que as aproximem de nós, para que, se aproximando de nós, se aproximem daquele que servimos e amamos, Jesus Cristo Nosso Senhor.
Que Nossa Senhora, a Apóstola das coisas comuns, nos ajude nesse caminho bonito da simplicidade da vida.
Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo !
Lucas Eduardo
Comunidade Geração de Maria
¹: Artigo - Bem-Aventurada Chiara Luce Badano, Movimento Focolares, http://www.focolare.org/pt/news/2012/10/29/beata-chiara-luce-badano/
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