O Combate da fé

 Eis o que diz o Espírito Santo em nossos dias: " ... Porque virão tempos em que já não suportarão a sã doutrina da Salvação " (2Tm 4,3).
 Como está difícil ultimamente ensinar aquilo que a Igreja sempre acreditou. Vivemos numa sociedade que se diz mais de 60 % Católica¹ mas tem costumes totalmente paganizados ou, no mínimo, relativizados.
 Como um país onde há humoristas que fazem chacota de Deus, dos sacramentos e dos sacerdotes, pode-se dizer Católico? Como um país, onde os católicos tem medo de expor aquilo que acreditam ser verdade, sobre o pretexto do "não julgueis", pode se dizer de maioria Católica?
 Esperar isso do mundo é super normal, mas o que fazer quando os contrário a sã doutrina são aqueles que frequentam a Igreja? O que fazer quando os nossos próprios irmãos católicos são os que nos perseguem? Talvez assim entendemos pelo menos um pouco da dor de Jesus quando Judas Iscariotes o entregou ás autoridades.  
 Quem foi Judas? Judas era amigo de Jesus, do grupo dos 12 Apóstolos, que eram os que tinham mais intimidade com o Senhor. Todos esperavam que Jesus fosse pego por um fariseu, ou um doutor da lei ... mas, para a surpresa dos apóstolos, Nossos Senhor na ultima ceia disse: "um de vós irá me trair" (Mt 26,21). Talvez agora entendemos também a tristeza do salmista que exclama: "se os ataques viessem dos meus inimigos, com certeza poderia me esquivar ... mas vêm de vós, meu amigo; de vós meu intimo e familiar, com quem tive agradável convívio, junto a casa de Deus" (Sl 54 (55), 4-5).
 Mas, onde isso teve seu inicio? Teve início com um homem chamado Guilherme de Ockham.²  
 Guilherme de Ockham foi um herege que formou o nominalismo, que subverte a verdade ao critério da consciência. Vamos supor: você tem na sua frente uma cadeira de plastico (sei que é um exemplo bem bobo, mas é para entendermos), para ele, você poderia discordar de que aquilo é uma cadeira mesmo; afinal, para minha consciência cadeira é feita de madeira, e essa é feita de plastico. Ou seja, para Guilherme de Ockham não existe verdades absolutas, existe sim o julgamento da consciência que nos torna livre para decidir o que é certo e o que é errado; o que é bom e o que não é. Assim sendo; se não há verdades absolutas, logo não existe verdade; pois o que mais seria a verdade do que uma coisa eterna e imutável. E foi por isso que Jesus se apresenta como verdade. 
 Quando Jesus nos diz "Eu sou o caminho , a verdade e a vida", Ele, ao dizer que é a verdade, quer dizer que Ele não muda, e só quem não muda é Deus: logo Jesus quis afirmar: Eu Sou Deus!
 O relativismo que temos hoje é fruto do nominalismo, que expulsou da mente e do coração do povo o conceito de verdade. Vejamos um exemplo. Antes dos anos 60 (ou seja, da revolução sexual), era uma verdade que se devia casar virgem e ter relações sexuais só depois do casamento como confirmação do amor e da união do marido com a mulher. Hoje se você prega isso em algumas partes da Igreja, infelizmente você é contestado, dizem que isso é coisa medieval , "que foi verdade um dia, mas hoje não é". O povo já não sabe o que significa a palavra "Verdade".
 Que dificuldade é falar hoje sobre a importância dos sacramentos, sobre o amor ao Papa, sobre a oração silenciosa, sobre a santidade genuína, sobre a Igreja em si. Tapam os ouvidos, não querem saber dessas coisas, bem como disseram a Jesus quando ele pregava sobre a Eucaristia: "Ele tem palavras muito duras, quem é capaz de ouvi-la?" (Jo 6,60).
 Ninguém mais quer saber de formação Católica, agora, se tem um seminário de cura e libertação vai todo mundo (não desmerecendo, pois também rezo por cura e libertação). Ai, nesse dito seminário, uma pessoa recebe a cura de algo, mas pergunta pra essa pessoa quanto tempo ela não se confessa. Esquecem que o ministério de cura e libertação é um suporte, um auxílio para a cura que encontramos em plenitude no sacramento da Confissão.
 E a defesa da fé? Enfim, contemplei com pesar no coração um Católico que, se referindo a um programa da Globo em que o humorista se vestiu de Padre e zombou da Eucaristia, disse que não devemos protestar, afinal, é apenas um programa de humor, e que se fosse com outra religião não nos manifestaríamos como nos manifestamos com esse vídeo. Realmente eu não me manifestaria mesmo, e digo o porque. Não é porque eu não tenha caridade para com o próximo, mas é porque eu sei que estou com a verdade, e tudo que não é verdade, eu não preciso defender.
 Vamos supor: se alguém zombasse da Igreja Evangélica, era dever dos Evangélicos de defender a sua fé, pois se eles abraçaram a fé protestante, é porque creem que ali esta a verdade. Eu, como sou Católico, deve defender a fé Católico, porque creio firmemente que aqui esta a verdade.
 Ai vejo também a turma do "não julgueis"; outros dizendo que a Igreja Católica não faz nada pelo mundo, outra (que já foi católica) toda esquentadinha porque eu encurralei ela na parede e a fiz pensar se realmente ela conhece a fé católica, enfim.
 Meus irmãos católicos, esse artigo não tem a finalidade de repudiar nem expor a ninguém pois me dirijo a vocês, Católicos! Vamos defender a fé. Vamos conhecer a Igreja de verdade, de dentro pra fora. E peçamos ao Espírito Santo que, o nosso catolicismo possa salvar muitas e muitas pessoas das suas misérias, seja intelectual, material ou espiritual.

Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo.


Lucas Eduardo
Comunidade Geração de Maria


¹: Wikipédia, pesquisa do IBGE de 2010, https://pt.wikipedia.org/wiki/Religi%C3%B5es_no_Brasil#Catolicismo
²: Aula- O Nominalismo de Guilherme de Ockham, Padre Paulo Ricardo (apenas para assinantes do site) : https://padrepauloricardo.org/aulas/o-nominalismo-de-ockham

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