A Alma de todo Apostolado: A vida interior é ociosa?
Falado sobre a vida interior, Dom Chautard coloca duas objeções que geralmente "o homem de obras" (como o santo monge chama) faz: pensa ele que a vida interior ou é ociosa ou egoísta. Por primeiro, o monge trata do ponto da ociosidade.
A ociosidade deriva da preguiça, ou seja, um pecado. A pessoa ociosa é uma pessoa que não quer fazer nenhum tipo de esforço, e se fazem algo, sempre é por pura obrigação e o fazem "empurrando com a barriga".
A vida interior é um "protótipo" da vida de Deus, que é vida dinâmica, vida de movimento.
"A vida interior do Pai é tal, que ela gera uma pessoa Divina. Da vida interior do Pai e do Filho procede o Espírito Santo.
A vida interior comunicada aos Apóstolos em Pentecostes inflamou seu zelo" (pag 23) . E sendo a vida de Deus em nós, a vida interior é para nós "fonte inesgotável de atividade" (pag 23). Ela é geradora de Apóstolos, de discípulos-missionários como nos pede a CNBB.
Dom Sebastião Wyart, que trabalhou como capelão militar, homem de muito estudo e oração, dizia que há três tipos de trabalhos:
1°: O trabalho físico: como por exemplo, operário, artista, comerciantes, etc. Este trabalho, afirmava ele, é o menos rude (ou seja, o menos trabalhoso) de todos.
2°: Trabalho intelectual: daqueles que procuram a verdade e trabalham para coloca-la na inteligência dos outros. Estes são mais duros do que o primeiro.
3°: O Trabalho interior: Dom Sebastião dizia que é o mais duro de todos quando tomado a sério. Mas é, em contra-partida, o que mais dá consolações e alegrias neste mundo, fora que é o mais importante.
O livrinho Imitação de Cristo nos diz: "Envergonhe-se Sião, diz o mar (Is 22,4), e se pergunta a causa, ei-la aqui. Empreendem-se grandes trabalhos para conseguir pequenos benefícios; e apenas se acham alguns que queiram dar um passo para adquirir os bens eternos.
Envergonhe-se, servo preguiçoso e tão fácil em queixar-se; envergonhe-se em ver que há homens mais ardentes em buscar a perdição do que você o que convém a sua salvação " (IC 195 - 196).
Muitos preferem os primeiros trabalhos porque com eles ganham fama, dinheiro, etc; mas têm medo do trabalho interior e da aquisição das virtudes.
Dom Chautard define o que é uma vida interior levada a sério:
" Quem quiser obter a vida interior deve esforçar-se por adquirir domínio completo sobre si próprio, para que todas as suas ações redundem em glória a Deus. Procurará conservar-se sempre unido a Jesus Cristo, com os olhos fitos na meta a atingir e pesando tudo á luz do Evangelho. 'Para onde e a quem irei?', repete, com Santo Inácio . Tudo nele - inteligência, vontade, memória, sensibilidade, imaginação e sentidos - dependerá desse princípio.
Quer se mortifique ou se entregue a um recreio lícito, que reflita ou atue, quer trabalhe ou descanse, quer ame o bem ou rejeite o mal, deseja ou tema, esteja alegre ou triste, com esperança ou temos, indignado ou tranquilo, mantém sempre o leme na direção da plena Vontade Divina.
Na oração, sobretudo junto a Eucaristia, isola-se dos objetos visíveis, a fim de chegar a ' falar com Deus invisível como se o estivesse a ver' (Hb 11,27) " (pag 24).
Que vida adversa, mas sem dúvidas essa vida é a que mais nos enche de alegria; pois, como nos ensina Santo Inácio, não há maior vitória do que vencer-se a si mesmo .
O homem interior, depois de uma feroz batalha consigo mesmo, vê os frutos dos seus ferimentos na conversão das almas.
Ah Senhor, feri-me o quanto quiseres, contanto que depois eu possa ver almas aos seus pés.
O que me importa sofrer um pouco na vida interior se depois eu ver o blog a dar frutos a vós.
Senhor, ajuda-me a vencer a mim mesmo, e dai-me a graça de olhar mais o objetivo do que as dificuldades do trajeto, mais os frutos do que os sofrimentos para os fazer brotar. Amém!
Lucas Eduardo
Comunidade Geração de Maria
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