A Alma de todo Apostolado: "Malditas Ocupações"


Depois de ver tudo sobre a vida interior e sobre o que é a vida ativa auxiliada pela primazia da vida interior, Dom Chautard nos conta um caso da vida de São Bernardo.
 Na época, o Papa Eugênio III - que hoje é Beato graças á exortação do Santos Cisterciense - está muito preocupado com o governo da Igreja, como todos os Papas, mas, isso o estava preocupando de tal forma que, havia ele esquecido da vida de oração, fonte de todo êxito.
 São Bernardo, como filho preocupado, se ponhe a escrever a sua Santidade. Em determinado momento da sua carta, que tem o nome de "De consideratione", Bernardo o exorta: " Temo que no meio das vossas ocupações inumeráveis, desesperando de lhes ver o fim, deixeis endurecer vosso coração. Andareis com mais prudência subtraindo-vos a essas ocupações, por alguns instantes que seja,do que permitindo que elas vos dominem e que, pouco a pouco, mas infalivelmente, vos arrastem para onde não quereis ir. Então, para onde? Direis talvez. Para o endurecimento de coração.
 EIS ATÉ ONDE PODEM VOS LEVAR ESSAS MALDITAS OCUPAÇÕES, SE AINDA CONTINUAIS, COMO JÁ A PRINCÍPIO FIZESTES, A CONSAGRAR-VOS INTEIRAMENTE A ELAS, NADA RESERVANDO PARA VÓS MESMOS " (pág. 53 a)
 Que dureza e frieza a de São Bernardo ao dizer ao Papa da época que sua ocupações eram malditas ! Mas, como pode ser maldita a ocupação de cuidar do rebanho do Senhor? Simples; quando se faz a obra mais santa mas sem ter a reta intenção de agradar a Deus e a ele se unir, de nada vale a obra. A obra completa a fé, mas a obra nunca deve ser feita sem Cristo, "autor e consumador de nossa fé" (Hb 12,2).
 A vida ativa é uma espada de dois gumes, que pode ferir aqueles Apóstolos que não sabem maneja-la. A medida que a obra é feita segundo a vontade de Deus, o Apóstolo, ao mesmo tempo que gasta tempo "longe" do momento de oração, ganha em contemplação. E para provar essa verdade, trago aqui uma confissão de Santa Teresa D'Ávila, a doutora da vida espiritual: "Desde que sou prioreza (como que a irmã superiora), sobrecarregada de trabalhos e obrigada a frequentes viagens, cometo maior número de pecados. No entanto, como combato generosamente e só trabalho por Deus, sinto que, cada vez mais, me aproximo d'Ele" (pág. 50).
 A vida ativa, ou apostólica como queira chamar, quando querida por Deus ao Apóstolo, o santifica de tal forma que, é possível compara-lo ao Padres do deserto. Na minha paróquia eu vejo isso. O nosso pároco é muito atarefado, nunca o vejo a não ser na Santa Missa e na Oração das Horas. Está sempre estudando, fazendo curso de linguas, tratando de assuntos referentes a administração da paróquia, e no entanto, nunca conheci sacerdote tão santo quanto ele. Ele me ensinou muito sobre recolhimento em nossas conversas, me esclareceu sobre as tentações demoniacas em relação a vida interior, entre outras coisas que devo passar no escondimento.
 Certa vez me queixava pra ele da falta de silêncio na Igreja, e ele, sabiamente e iluminado pelo Espírito Santo, me respondeu:
" O que você precisa é de silêncio interior. Um silêncio que não dependa do silêncio do lugar ou das pessoas. Como São João da Cruz dizia, você deve se manter com Deus em silêncio no seu coração, mesmo no meio de uma multidão ".
 Chegou um tempo em que , eu e ele, competíamos para ver quem rezava mais terços. Enquanto eu rezava 6 ou 4, ele já estava no 12°, pois ele me dizia que acordava as 04;00 da manhã para começar seu dia de oração..
 Nele, eu vejo isso que Santa Teresa disse, se formos fieis na missão que Deus nos confiou, sem nunca perder a vida de oração, seremos fecundos apóstolos, que não deixam se levar por essas malditas preocupações, ao endurecimento do coração.



Lucas Eduardo
Comunidade Geração de Maria

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